Queria escrever um poema.
Mas ultimamente, com isso, venho tendo problema.
Queria ver a beleza do mundo.
Mas aqui, no ônibus,
Só enxergo a careca do Seu Raimundo.
Queria comparar pássaros com notas musicais
E a vida com uma clave de sol.
Mas agora algo me espanta mais:
A criança vendendo bala no farol.
Nem para a estrutura sei dar atenção:
Comecei com dois versos, depois três e depois quatro.
Daqui a pouco chego em um milhão
E o poema vira um roteiro de teatro.
Meu Deus, as rimas!
Com elas, passo a ter bloqueio.
Não encontro rima para "rimas"
E estou bloqueada com "bloqueio".
Melhor parar por aqui.
Não conseguir escrever um poema é um triste fato.
Mas olha, acabo de me dar conta!
O poema, sem que eu percebesse, me fez de tonta.
Eis que ele surge,
Fazendo tanto sentido
Quanto um bêbado imitando um pato.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
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